segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Por que o celibato do sacerdote?

Jesus Cristo é o verdadeiro sacerdote e foi celibatário; então, a Igreja vê n'Ele o modelo do verdadeiro sacerdote que, pelo celibato, se conforma ao grande Sacerdote. Jesus deixou claro a Sua aprovação e recomendação ao celibato para os sacerdotes, quando disse: “Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda” (Mateus 19,12).
Nisso Cristo está dizendo que os sacerdotes devem assumir o celibato, como Ele o fez, “por amor ao Reino de Deus”. O sacerdote deve ficar livre dos pesados encargos de manter uma família, educar filhos, trabalhar para manter o lar; podendo assim dedicar-se totalmente ao Reino de Deus. É por isso que, desde o ano 306, no Concílio de Elvira, na Espanha, o celibato se estendeu por todo o Ocidente, até que em 1123 o Concílio universal de Latrão I o tornou obrigatório.
É preciso dizer que a Igreja não impõe o celibato a ninguém; ele deve ser assumido livremente e com alegria por aqueles que têm essa vocação especial de se entregar totalmente ao serviço de Deus e da Igreja. É uma graça especial que o Senhor concede aos chamados ao sacerdócio e à vida religiosa. Assim, o celibato é um sinal claro da verdadeira vocação sacerdotal.
No início do Cristianismo a grandeza do celibato sacerdotal ainda não era possível; por isso São Paulo escreve a Timóteo, que o grande Apóstolo colocou como bispo de Éfeso, dizendo: “O epíscopo ou presbítero deve ser esposo de uma só mulher” (1Tm 3, 2). Estaria, por isso, o padre hoje obrigado a se casar? Não. O Apóstolo dos gentios tinha em vista uma comunidade situada em Éfeso, cujos membros se converteram em idade adulta, muitos deles já casados. Dentre esses o Apóstolo deseja que sejam escolhidos para o sacerdócio homens casados (evitando os viúvos recasados). Já no ano 56, São Paulo, que optou pelo celibato, escrevia aos fiéis de Corinto (cf. 1Cor 7,25-35) enfatizando o valor do celibato: “Aos solteiros e às viúvas digo que lhes é bom se permanecessem como eu. Mas se não podem guardar a continência que se casem” (1Cor 7,8). “Não estás ligado a uma mulher? Não procures mulher”. São Paulo se refere às preocupações ligadas ao casamento (orçamento, salário, educação dos filhos...). E enfatiza:
“Quem não tem esposa, cuida das coisas do Senhor e do modo de agradar à esposa, e fica dividido. Da mesma forma a mulher não casada e a virgem cuidam das coisas do Senhor, a fim de serem santas de corpo e de espírito. Mas a mulher casada cuida das coisas do mundo; procura como agradar ao marido”. “Procede bem aquele que casa sua virgem; aquele que não a casa, procede melhor ainda” (1Cor 7, 38). A virgindade consagrada e o celibato não tinham valor nem para o judeu nem para o pagão. Eles brotam da consciência de que o Reino já chegou com Jesus Cristo.
O último Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia confirmou o celibato e o Papa Bento XVI expressou isso na Exortação Apostólica pos-sinodal “Sacramentum Caritatis”, de 22 fev 2007. Disse o Sumo Pontífice:
“Os padres sinodais quiseram sublinhar como o sacerdócio ministerial requer, através da ordenação, a plena configuração a Cristo... é necessário reiterar o sentido profundo do celibato sacerdotal, justamente considerado uma riqueza inestimável e confirmado também pela prática oriental de escolher os bispos apenas de entre aqueles que vivem no celibato (...) Com efeito, nesta opção do sacerdote encontram expressão peculiar a dedicação que o conforma a Cristo e a oferta exclusiva de si mesmo pelo Reino de Deus. O fato de o próprio Cristo, eterno sacerdote, ter vivido a sua missão até ao sacrifício da cruz no estado de virgindade constitui o ponto seguro de referência para perceber o sentido da tradição da Igreja Latina a tal respeito. Assim, não é suficiente compreender o celibato sacerdotal em termos meramente funcionais; na realidade, constitui uma especial conformação ao estilo de vida do próprio Cristo. Antes de mais, semelhante opção é esponsal: a identificação com o coração de Cristo Esposo que dá a vida pela sua Esposa. Em sintonia com a grande tradição eclesial, com o Concílio Vaticano II e com os Sumos Pontífices meus predecessores, corroboro a beleza e a importância duma vida sacerdotal vivida no celibato como sinal expressivo de dedicação total e exclusiva a Cristo, à Igreja e ao Reino de Deus, e, consequentemente, confirmo a sua obrigatoriedade para a tradição latina. O celibato sacerdotal, vivido com maturidade, alegria e dedicação, é uma bênção enorme para a Igreja e para a própria sociedade” (n.24).
O Mahatma Ghandi, hindu, tinha grande apreço pelo celibato. Ele disse: “Não tenham receio de que o celibato leve à extinção da raça humana. O resultado mais lógico será a transferência da nossa humanidade para um plano mais alto... “Vocês erram não reconhecendo o valor do celibato: eu penso que é exatamente graças ao celibato dos seus sacerdotes que a Igreja católica romana continua sempre vigorosa” (Tomás Tochi, “Gandhi, mensagem para hoje”, Ed. Mundo 3, SP, pp. 105ss,1974).
Alguns querem culpar o celibato pelos erros de uma minoria de padres que se desviam do caminho de Deus. A queda desses padres no pecado não é por culpa do celibato, e sim por falta de vocação, oração, zelo apostólico, mortificação, etc; tanto assim que a maioria vive na castidade e por uma longa vida. Quantos e quantos padres e bispos vivendo em paz e já com seus cabelos brancos!
O casamento poderia trazer muitas dificuldades aos sacerdotes. Não nos iludamos, casados, eles teriam todos os problemas que os leigos têm, quando se casam. O primeiro é encontrar, antes do diaconato, uma mulher cristã exemplar que aceite as muitas limitações que qualquer sacerdote tem em seu ministério. Essa mulher e mãe teria de ficar muito tempo sozinha com os filhos. Depois, os padres casados teriam de trabalhar e ter uma profissão, como os pastores protestantes, para manter a família. Quantos filhos teriam? Certamente não todos que talvez desejassem. Teriam certamente que fazer o controle da natalidade pelo método natural Billings, que exige disciplina. A esposa aceitaria isso?
Além disso, podemos imaginar como seria nocivo para a Igreja e para os fiéis o contratestemunho de um padre que por ventura se tornasse infiel à esposa e mãe dos seus filhos! Mais ainda, na vida conjugal não há segredos entre marido e mulher. Será que os fiéis teriam a necessária confiança no absoluto sigilo das confissões e aconselhamentos com o padre casado? Você já pensou se um dos filhos do padre entrasse pelos descaminhos da violência, da bebedeira, das drogas e do sexo prematuro, com o possível engravidamento da namorada?
Tudo isso, mas principalmente a sua conformação a Jesus Cristo, dedicado total e exclusivamente ao Reino de Deus, valoriza o celibato sacerdotal.



Prof. Felipe Aquino


felipeaquino@cancaonova.com

quarta-feira, 16 de julho de 2008

A força espiritual do jejum

Em um tradicional encontro para o início da Quaresma, o nosso saudoso Papa João Paulo II, fez uma reflexão centrada sobre a oração e o jejum como “arma” para combater o espírito do mal, presente no mundo através do pecado. Este discurso feito em 17 de fevereiro de 1994, mantem-se atual, traduzindo bem as necessidades da nossa Igreja hoje. Eis a tradução do discurso do Papa:
“ Quereria dizer algumas palavras sobre um tema que me parece ter sido descuidado: o jejum.
Não duvido que sejam tantos os que jejuam, mesmo entre os Párocos e o clero romano. São muitos os que já o fazem entre os leigos, os inscritos a movimentos ou a outros grupos, os grupos de oração. .. Mas permanecem alguns problemas.
Cristo disse uma vez aos apóstolos que o demônio, e, portanto o mal, não se supera, não se vence não se afasta, a não ser através da oração e do jejum..
Nós, especialmente os mais idosos, pelo menos com sessenta anos, sabemos que outrora este problema de jejum na igreja era regulado muito detalhadamente, com um preceito eclesiástico especial, e depois com muitas regras aplicativas.
Tudo isto desapareceu um pouco, talvez devido, sobretudo as circunstãncias: houve a guerra, vivemos situações difíceis, e depois parecia já não ser útil regular o jejum com um preceito eclesiástico muito detalhado. Assim, hoje, com o preceito, o jejum limita-se a dois dias por ano . O resto deixa-se à iniciativa pessoal, como fato um pouco privado de cada cristão. Talvez seja também bom, também justo fazer assim. . Mas receio que o clima da época em que vivemos seja muito contrário a jejuar.
Fala-se tanto deste consumismo; utilizar as coisas é contrário a jejuar, porque jejuar significa poder deixar as coisas, poder abandonar as coisas por um motivo superior, espiritual. Viver mais como homem espiritual do que como homem carnal. E não sei se os outros irmãos nossos, também os irmãos Ortodoxos, Orientais, não estejam neste ponto, numa posição mais coerente, mais forte que a nossa. Sem falar dos Muçulmanos, que tem o seu “Ramadão”, certamente também a fé judaica é muito observante neste ponto, neste aspecto. Por vezes vem-me à memória que nós estamos um pouco atrás dos outros. Não é um problema de ambição católica; trata-se apenas e um problema da fidelidade ao Senhor e, sobretudo, da eficácia dos nossos esforços, porque os nossos esforços são grandes, e a Igreja tem decerto a sua força estrutural, mas receia-se que, por vezes, falte esta força espiritual, que vem precisamente da oração e do jejum. É verdade que o homem contemporâneo ocidental é mais inclinado a oferecer as coisas aos outros , está mais disposto a dar esmola , e são muitos a fazê-lo, há muitas iniciativas neste sentido.Está mais disposto a dar as coisas aos outros do que a aceitar a falta das coisas para si mesmo.
Certamente encontramo-nos diante deste espírito do mundo e, também, perante grandes empenhos: vencer este espírito do mundo, vencer o demônio do qual Cristo fala. É uma tarefa, um desafio grande, difícil. Então devemos calcular um pouco as forças, examiná-las de uma e de outra parte, ver se não são demasiado débeis para este desafio, para esta luta espiritual. Sabe-se que os grandes santos, os grandes Pastores lutavam com esta força espiritual, que é a força da oração e do jejum.”
A Quaresma , portanto, é um período providencial de reflexão e de novos propósitos , de fazermos experiência da proximidade de Deus , na oração e no jejum, tornando-nos capazes de enfrentar de maneira responsável as tentações de nossa época, aprendendo Dele o segredo da vitória sobre o mal.


Eliandra Pimentel ( CCDE)
(Baseado nas reflexões do Santo Padre João Paulo II com o Clero de Roma,
no início da Quaresma de 1994.)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

O Milagre de Santo Antônio de Pádua

Por vezes encontramos figuras de santo Antônio com um cálice nas mãos e diante de si, uma mula de joelhos. Pois bem, vamos falar sobre este milagre:

Santo Antônio pregava sobre o Santíssimo Sacramento em Toulouse, sul da França, ano 1227. No meio da pregação um senhor se levantou e o desafiou, contradizendo que a presença de Cristo na Hóstia Consagrada era uma mentira.

Ele disse: - O Senhor pode discursar durante horas, mas a verdade é que os fatos reais estão contra seus argumentos. É impossível que Cristo esteja presente na Hóstia Consagrada.

Santo Antônio lhe respondeu: - Que problema há, no corpo de Cristo estar velado pelas aparências do pão e do Vinho. Conforme suas Próprias palavras.

E senhor incrédulo o desafia: - Não, não há problema. Contudo se Cristo está presente nesta Hóstia, sua presença deveria ser sentida por todas as criaturas viventes. Então pegarei minha mula, e na próxima missa estaremos aqui diante da Hóstia e se a mula a respeitar, acreditarei no senhor e na sua fé.

Santo Antônio, após ouvir uma inspiração divina, resolve concordar com o desafio.

Passou-se três dias, e uma multidão se aglomerou na praça, muitos pela missa e outros tantos para conferir o resultado do desafio do homem infiel. Enquanto Santo Antônio caminhava com o Santíssimo Sacramento e todos os católicos se colocavam de joelhos rezando. O senhor infiel chega conduzindo sua mula, a qual maliciosamente foi privada de alimento durante os últimos dias. Faminto, o animal estava tão violento que nem o próprio dono obedecia. Contudo, ao se aproximar do Santíssimo, a mula se acalmou, e diante de todos ali presentes, milagrosamente a mula se ajoelhou perante a Hóstia Consagrada ostentada por Santo Antônio.

O Milagre gerou gritos e admiração por todos, os católicos entoaram cânticos emocionados. Muitos hereges que ali estavam por curiosidade se converteram ao catolicismo, assim como o senhor dono da mula que reconheceu imediatamente a presença de Cristo, se ajoelhou também se convertendo ao catolicismo após ter pedido perdão por ter sido tão incrédulo.



segunda-feira, 5 de maio de 2008

Milagre Eucarístico de Lanciano

"A minha carne é verdadeiramente uma comida
e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim e eu nele"
(Jo 6,55-56).

Nossos sacrários mantêm entre nós a realidade da Encarnação: "O Verbo se fez carne e
habitou entre nós..." E habita ainda verdadeiramente presente entre nós, não somente de uma
maneira espiritual, mas com seu próprio Corpo. Esta presença real da carne de Cristo (uma
carne viva, unida à alma e à divindade do Verbo, pois Jesus está hoje ressuscitado) é
admiravelmente manifestada pelo milagre de Lanciano. Um milagre que dura há mais de 12
séculos e que a ciência examinou, e diante dos fatos, teve que se inclinar.
Sim, um milagre, e bem destinado ao nosso tempo de incredulidade. Pois, como diz São
Paulo, os milagres são feitos não para aqueles que crêem, mas para os que não crêem. E Deus
permitiu para todos os que ainda duvidam da presença Eucarística do Cristo ou que a negam,
que um milagre, que dura 12 séculos, fosse nos últimos anos, posto em evidência e verificado
pela própria ciência. "Isto é meu corpo! Isto é meu sangue!", disse Cristo (cf. Mt 26,26-28).
Este prodigioso milagre deu-se por volta dos anos 700, na cidade italiana de Lanciano,
na igreja do mosteiro de São Legoziano, onde viviam os monges da Ordem Basiliana (de São
Basílio).
Entre os monges, havia um que se fazia notar mais por sua cultura mundana do que
pelo conhecimento das coisas de Deus. Sua fé parecia vacilante, e ele era perseguido todos os
dias pela dúvida de que a hóstia consagrada fosse verdadeiro Corpo de Cristo e o vinho Seu
verdadeiro Sangue. Mas a Graça Divina nunca o abandonou, fazendo-o orar continuamente
para que esse insidioso espinho saísse do seu coração.
Foi quando, certa manhã, celebrando a Santa Missa, mais do que nunca atormentado
pela sua dúvida, após proferir as palavras da Consagração ele viu a hóstia converter-se em
Carne viva e o vinho em Sangue vivo. Sentiu-se confuso e dominado pelo temor diante de tão
espantoso milagre, permanecendo longo tempo transportado a um êxtase verdadeiramente
sobrenatural. Até que, em meio a transbordante alegria, o rosto banhado em lágrimas, voltouse
para as pessoas presentes e disse:
"Ó bem-aventuradas testemunhas diante de quem, para confundir a minha
incredulidade, o Santo Deus quis desvendar-se neste Santíssimo Sacramento e tornar-se
visível aos vossos olhos. Vinde, irmãos, e admirai o nosso Deus que se aproximou de nós. Eis
aqui a Carne e o Sangue do nosso Cristo muito amado!"
A estas palavras os fiéis se precipitaram para o altar e começaram também a chorar e a
pedir misericórdia. Logo a notícia se espalhou por toda a pequena cidade, transformando o
monge num novo Tomé.
A Hóstia-Carne apresentava, como ainda hoje se pode observar, uma coloração
ligeiramente escura, tornado-se rósea se iluminada pelo lado oposto, e tinha uma aparência
fibrosa; o Sangue era de cor terrosa (entre amarelo e o ocre), coagulado em cinco fragmentos
de formas e tamanhos diferentes.
Serenada a emoção de que todo o povo foi tomado, e dadas aos Céus as graças
devidas, as relíquias foram agasalhadas num tabernáculo de marfim, construído a mando das
pessoas mais credenciadas do lugarejo.
A partir de 1713, até hoje, a Carne passou a ser conservada numa custódia de prata, e
o Sangue, num cálice de cristal.
Os Frades Menores Conventuais guardam o Milagre desde 1252, por vontade de
Landulfo, bispo da vila de Chieti. Os monges da Ordem de São Basílio guardaram o Milagre até
1176 e os Beneditinos até 1252.
Em 1258 os Franciscanos construíram o santuário atual, que foi transformado em 1700
de romântico-gótico em barroco. Desde 1902 as relíquias estão custodiadas no segundo
tabernáculo do altar monumental, erigido pelo povo de Lanciano no centro do presbitério.
O Milagre e a Ciência
Aos reconhecimentos eclesiásticos do Milagre, a partir de 1574, veio juntar-se o
pronunciamento da Ciência moderna através de minuciosas e rigorosas provas de laboratório.
Foi em 18 de novembro de 1970 que os Frades Menores Conventuais decidiram,
devidamente autorizados, confiar a dois médicos de renome profissional e idoneidade moral a
análise científica das relíquias. Para tanto, convidaram o Dr. Odoardo Linoli, Chefe de Serviço
dos Hospitais Reunidos de Arezzo e livre docente de Anatomia e Histologia Patológica e de
Química e Microscopia Clínica, para, assessorado pelo Prof. Ruggero Bertelli, Prof. emérito de
Anatomia Humana Normal na Universidade de Siena, proceder aos exames.
Após alguns meses de trabalho, exatamente a 4 de março de 1971, os pesquisadores
publicaram um relatório contendo o resultado das análises:
• A Carne é verdadeira carne.
• Sangue é verdadeiro sangue.
• A Carne é do tecido muscular do coração (contém, em seção, o miocárdio, endocárdio,
o nervo vago e, no considerável espessor do miocárdio, o ventrículo cardíaco esquerdo).
• A Carne e o Sangue são do mesmo tipo sangüíneo (AB) e pertencem à espécie humana.
• No Sangue foram encontrados, além das proteínas normais, os seguintes minerais:
cloreto, fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio. As proteínas observadas no Sangue
encontram-se normalmente fracionadas em percentagem a respeito da situação
seroproteínica do sangue vivo normal. Ou, seja, é sangue de uma pessoa VIVA.
• A conservação da Carne e do Sangue, deixados em estado natural por doze séculos e
expostos à ação de agentes físicos, atmosféricos e biológicos constitui um fenômeno
extraordinário.
E antes mesmo de redigirem o documento sobre o resultado das pesquisas, realizadas
em Arezzo, os doutores Linoli e Bertelli enviaram aos Frades um telegrama nos seguintes
termos:
"E o Verbo se fez Carne!"
E o impressionante é que é a Carne do Coração. Não a carne de qualquer parte do
Corpo adorável de Jesus, mas a do músculo que propulsiona o Sangue – e portanto a vida – ao
corpo inteiro; do músculo que é também o símbolo mais manifesto e o mais eloqüente do
amor do Salvador por nós.
A Eucaristia é, na verdade, o dom por excelência do Coração de Jesus. "Meu Coração é
tão apaixonado de amor pelos homens", disse um dia o Cristo em Parayle-Monial, revelando
seu Sagrado Coração a Santa Margarida Maria. Uma paixão que o conduziu à cruz, que torna
hoje presente sobre nossos altares, em nossos sacrários e até em nossos corações.
Em todo o caso, guardemos isto: na Eucaristia eu recebo o Cristo todo inteiro. É
verdadeiramente que se dá e que eu como.
Tanto na hóstia como no vinho, está Jesus Cristo vivo e inteiro (corpo, sangue, alma e
divindade). A comunhão eucarística existe nas duas espécies, na espécie do pão e na espécie
do vinho, só que o vinho não é somente o sangue de Jesus, mas sim o próprio Jesus. E da
mesma forma a hóstia não é somente carne, mas sim o próprio Jesus. O que aconteceu em
Lanciano, acontece em todas as igrejas do mundo e em qualquer missa, a única diferença é
que lá em Lanciano além de transubstanciar a substância (pão e vinho), transubstanciou-se
também a aparência.
"Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o
ressuscitarei no último dia" (Jo 6,54).
Fonte:
http://deusvivorj.sites.uol.com.br/lanciano.htm
O milagre eucarístico de Lanciano segundo o
cientista que comprovou sua autenticidade
ROMA, quinta-feira, 5 de maio de 2005 (ZENIT.org). O doutor Edoardo Linoli afirma
a Zenit que sustentou em suas mãos um verdadeiro tecido cardíaco quando analisou anos
atrás as relíquias do milagre eucarístico de Lanciano (Itália), o mais antigo dos conhecidos.
O fenômeno se remonta ao século VIII. Em Lanciano, na igreja dedicada a São
Legonciano, um monge basiliano que celebrava a missa em rito latino, após a consagração,
começou a duvidar da presença real de Cristo sob as sagradas espécies.
Nesse momento, o sacerdote viu como a sagrada hóstia se transformava em carne
humana e o vinho em sangue, que posteriormente se coagulou. Na catedral estão
custodiadas estas relíquias.
Professor de Anatomia e Histologia Patológica, de Química e Microscopia Clínica, e
ex-chefe do Laboratório de Anatomia Patológica no Hospital de Arezzo, o doutor Linoli foi o
único que analisou as relíquias do milagre de Lanciano. Seus resultados suscitaram um
grande interesse no mundo científico.
Em novembro de 1970, por iniciativa do arcebispo de Lanciano, Dom Pacífico
Perantoni, e do ministro provincial dos Conventuais de Abruzzo, contando com a autorização
de Roma, os Franciscanos de Lanciano decidiram submeter a exame científico as relíquias.
Encomendou-se a tarefa ao professor Linoli, ajudado pelo professor Ruggero Bertelli
– da Universidade de Siena –. Com a maior atenção, o professor Linoli extraiu partes das
relíquias e submeteu a análise os restos de «carne e sangue milagrosos». Em 4 de março de
1971 apresentou os resultados.
Evidenciam que a carne e o sangue eram com segurança de natureza humana. A
carne era inequivocamente tecido cardíaco, e o sangue era verdadeiro e pertencia ao grupo
AB.
Consultado por Zenit, o professor Linoli explicou que, “pelo que diz respeito à carne,
encontrei-me na mão com o endocárdio. Portanto não há dúvida alguma de que se trata de
tecido cardíaco”.
Quanto ao sangue, o cientista sublinhou que “o grupo sanguíneo é o mesmo do
homem do Santo Sudário de Turim, e é particular porque tem as características de um
homem que nasceu e viveu nas zonas do Oriente Médio”.
“O grupo sanguíneo AB dos habitantes do lugar de fato tem uma porcentagem que
vai de 0,5 a 1%, enquanto que na Palestina e nas regiões do Oriente Médio é de 14-15%”,
apontou.
A análise do professor Linoli revelou também que não havia na relíquia substâncias
conservantes e que o sangue não podia ter sido extraído de um cadáver, porque se haveria
alterado rapidamente.
O informe do professor Linoli foi publicado em Quaderni Sclavo di diagnostica clinica
e di laboratório (1971, fasc 3, Grafiche Meini, Siena).
Em 1973, o conselho superior da Organização Mundial da Saúde (OMS) nomeou uma
comissão científica para verificar as conclusões do médico italiano. Os trabalhos se
prolongaram 15 meses com um total de quinhentos exames. As conclusões de todas as
investigações confirmaram o que havia sido declarado e publicado na Itália.
O extrato dos trabalhos científicos da comissão médica da OMS foi publicado em
dezembro de 1976 em Nova York e em Genebra, confirmando a impossibilidade da ciência
de dar uma explicação a este fenômeno.
O professor Linoli participa esta quinta-feira no Congresso sobre os milagres
eucarísticos organizado pelo Master em Ciência e Fé do Ateneu Pontifício Regina
Apostolorum (Roma), em colaboração com o Instituto São Clemente I Papa e Mártir, com
ocasião do Ano Eucarístico que a Igreja universal celebra até outubro.
“Os milagres eucarísticos são fenômenos extraordinários de diferente tipo”,
explicou o diretor do Congresso, o padre Rafael Pascual LC, em Rádio Vaticano:
“por exemplo, há a transformação das espécies do pão e do vinho em carne e
sangue, a preservação milagrosa das Hóstias consagradas, ou algumas hóstias que
vertem sangue”.
“Na Itália, há vários lugares onde ocorreram estes milagres eucarísticos” –
declarou –, mas também os encontramos na França, Alemanha, Holanda, Espanha”
e alguns na América do Norte.