segunda-feira, 5 de maio de 2008

Milagre Eucarístico de Lanciano

"A minha carne é verdadeiramente uma comida
e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim e eu nele"
(Jo 6,55-56).

Nossos sacrários mantêm entre nós a realidade da Encarnação: "O Verbo se fez carne e
habitou entre nós..." E habita ainda verdadeiramente presente entre nós, não somente de uma
maneira espiritual, mas com seu próprio Corpo. Esta presença real da carne de Cristo (uma
carne viva, unida à alma e à divindade do Verbo, pois Jesus está hoje ressuscitado) é
admiravelmente manifestada pelo milagre de Lanciano. Um milagre que dura há mais de 12
séculos e que a ciência examinou, e diante dos fatos, teve que se inclinar.
Sim, um milagre, e bem destinado ao nosso tempo de incredulidade. Pois, como diz São
Paulo, os milagres são feitos não para aqueles que crêem, mas para os que não crêem. E Deus
permitiu para todos os que ainda duvidam da presença Eucarística do Cristo ou que a negam,
que um milagre, que dura 12 séculos, fosse nos últimos anos, posto em evidência e verificado
pela própria ciência. "Isto é meu corpo! Isto é meu sangue!", disse Cristo (cf. Mt 26,26-28).
Este prodigioso milagre deu-se por volta dos anos 700, na cidade italiana de Lanciano,
na igreja do mosteiro de São Legoziano, onde viviam os monges da Ordem Basiliana (de São
Basílio).
Entre os monges, havia um que se fazia notar mais por sua cultura mundana do que
pelo conhecimento das coisas de Deus. Sua fé parecia vacilante, e ele era perseguido todos os
dias pela dúvida de que a hóstia consagrada fosse verdadeiro Corpo de Cristo e o vinho Seu
verdadeiro Sangue. Mas a Graça Divina nunca o abandonou, fazendo-o orar continuamente
para que esse insidioso espinho saísse do seu coração.
Foi quando, certa manhã, celebrando a Santa Missa, mais do que nunca atormentado
pela sua dúvida, após proferir as palavras da Consagração ele viu a hóstia converter-se em
Carne viva e o vinho em Sangue vivo. Sentiu-se confuso e dominado pelo temor diante de tão
espantoso milagre, permanecendo longo tempo transportado a um êxtase verdadeiramente
sobrenatural. Até que, em meio a transbordante alegria, o rosto banhado em lágrimas, voltouse
para as pessoas presentes e disse:
"Ó bem-aventuradas testemunhas diante de quem, para confundir a minha
incredulidade, o Santo Deus quis desvendar-se neste Santíssimo Sacramento e tornar-se
visível aos vossos olhos. Vinde, irmãos, e admirai o nosso Deus que se aproximou de nós. Eis
aqui a Carne e o Sangue do nosso Cristo muito amado!"
A estas palavras os fiéis se precipitaram para o altar e começaram também a chorar e a
pedir misericórdia. Logo a notícia se espalhou por toda a pequena cidade, transformando o
monge num novo Tomé.
A Hóstia-Carne apresentava, como ainda hoje se pode observar, uma coloração
ligeiramente escura, tornado-se rósea se iluminada pelo lado oposto, e tinha uma aparência
fibrosa; o Sangue era de cor terrosa (entre amarelo e o ocre), coagulado em cinco fragmentos
de formas e tamanhos diferentes.
Serenada a emoção de que todo o povo foi tomado, e dadas aos Céus as graças
devidas, as relíquias foram agasalhadas num tabernáculo de marfim, construído a mando das
pessoas mais credenciadas do lugarejo.
A partir de 1713, até hoje, a Carne passou a ser conservada numa custódia de prata, e
o Sangue, num cálice de cristal.
Os Frades Menores Conventuais guardam o Milagre desde 1252, por vontade de
Landulfo, bispo da vila de Chieti. Os monges da Ordem de São Basílio guardaram o Milagre até
1176 e os Beneditinos até 1252.
Em 1258 os Franciscanos construíram o santuário atual, que foi transformado em 1700
de romântico-gótico em barroco. Desde 1902 as relíquias estão custodiadas no segundo
tabernáculo do altar monumental, erigido pelo povo de Lanciano no centro do presbitério.
O Milagre e a Ciência
Aos reconhecimentos eclesiásticos do Milagre, a partir de 1574, veio juntar-se o
pronunciamento da Ciência moderna através de minuciosas e rigorosas provas de laboratório.
Foi em 18 de novembro de 1970 que os Frades Menores Conventuais decidiram,
devidamente autorizados, confiar a dois médicos de renome profissional e idoneidade moral a
análise científica das relíquias. Para tanto, convidaram o Dr. Odoardo Linoli, Chefe de Serviço
dos Hospitais Reunidos de Arezzo e livre docente de Anatomia e Histologia Patológica e de
Química e Microscopia Clínica, para, assessorado pelo Prof. Ruggero Bertelli, Prof. emérito de
Anatomia Humana Normal na Universidade de Siena, proceder aos exames.
Após alguns meses de trabalho, exatamente a 4 de março de 1971, os pesquisadores
publicaram um relatório contendo o resultado das análises:
• A Carne é verdadeira carne.
• Sangue é verdadeiro sangue.
• A Carne é do tecido muscular do coração (contém, em seção, o miocárdio, endocárdio,
o nervo vago e, no considerável espessor do miocárdio, o ventrículo cardíaco esquerdo).
• A Carne e o Sangue são do mesmo tipo sangüíneo (AB) e pertencem à espécie humana.
• No Sangue foram encontrados, além das proteínas normais, os seguintes minerais:
cloreto, fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio. As proteínas observadas no Sangue
encontram-se normalmente fracionadas em percentagem a respeito da situação
seroproteínica do sangue vivo normal. Ou, seja, é sangue de uma pessoa VIVA.
• A conservação da Carne e do Sangue, deixados em estado natural por doze séculos e
expostos à ação de agentes físicos, atmosféricos e biológicos constitui um fenômeno
extraordinário.
E antes mesmo de redigirem o documento sobre o resultado das pesquisas, realizadas
em Arezzo, os doutores Linoli e Bertelli enviaram aos Frades um telegrama nos seguintes
termos:
"E o Verbo se fez Carne!"
E o impressionante é que é a Carne do Coração. Não a carne de qualquer parte do
Corpo adorável de Jesus, mas a do músculo que propulsiona o Sangue – e portanto a vida – ao
corpo inteiro; do músculo que é também o símbolo mais manifesto e o mais eloqüente do
amor do Salvador por nós.
A Eucaristia é, na verdade, o dom por excelência do Coração de Jesus. "Meu Coração é
tão apaixonado de amor pelos homens", disse um dia o Cristo em Parayle-Monial, revelando
seu Sagrado Coração a Santa Margarida Maria. Uma paixão que o conduziu à cruz, que torna
hoje presente sobre nossos altares, em nossos sacrários e até em nossos corações.
Em todo o caso, guardemos isto: na Eucaristia eu recebo o Cristo todo inteiro. É
verdadeiramente que se dá e que eu como.
Tanto na hóstia como no vinho, está Jesus Cristo vivo e inteiro (corpo, sangue, alma e
divindade). A comunhão eucarística existe nas duas espécies, na espécie do pão e na espécie
do vinho, só que o vinho não é somente o sangue de Jesus, mas sim o próprio Jesus. E da
mesma forma a hóstia não é somente carne, mas sim o próprio Jesus. O que aconteceu em
Lanciano, acontece em todas as igrejas do mundo e em qualquer missa, a única diferença é
que lá em Lanciano além de transubstanciar a substância (pão e vinho), transubstanciou-se
também a aparência.
"Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o
ressuscitarei no último dia" (Jo 6,54).
Fonte:
http://deusvivorj.sites.uol.com.br/lanciano.htm
O milagre eucarístico de Lanciano segundo o
cientista que comprovou sua autenticidade
ROMA, quinta-feira, 5 de maio de 2005 (ZENIT.org). O doutor Edoardo Linoli afirma
a Zenit que sustentou em suas mãos um verdadeiro tecido cardíaco quando analisou anos
atrás as relíquias do milagre eucarístico de Lanciano (Itália), o mais antigo dos conhecidos.
O fenômeno se remonta ao século VIII. Em Lanciano, na igreja dedicada a São
Legonciano, um monge basiliano que celebrava a missa em rito latino, após a consagração,
começou a duvidar da presença real de Cristo sob as sagradas espécies.
Nesse momento, o sacerdote viu como a sagrada hóstia se transformava em carne
humana e o vinho em sangue, que posteriormente se coagulou. Na catedral estão
custodiadas estas relíquias.
Professor de Anatomia e Histologia Patológica, de Química e Microscopia Clínica, e
ex-chefe do Laboratório de Anatomia Patológica no Hospital de Arezzo, o doutor Linoli foi o
único que analisou as relíquias do milagre de Lanciano. Seus resultados suscitaram um
grande interesse no mundo científico.
Em novembro de 1970, por iniciativa do arcebispo de Lanciano, Dom Pacífico
Perantoni, e do ministro provincial dos Conventuais de Abruzzo, contando com a autorização
de Roma, os Franciscanos de Lanciano decidiram submeter a exame científico as relíquias.
Encomendou-se a tarefa ao professor Linoli, ajudado pelo professor Ruggero Bertelli
– da Universidade de Siena –. Com a maior atenção, o professor Linoli extraiu partes das
relíquias e submeteu a análise os restos de «carne e sangue milagrosos». Em 4 de março de
1971 apresentou os resultados.
Evidenciam que a carne e o sangue eram com segurança de natureza humana. A
carne era inequivocamente tecido cardíaco, e o sangue era verdadeiro e pertencia ao grupo
AB.
Consultado por Zenit, o professor Linoli explicou que, “pelo que diz respeito à carne,
encontrei-me na mão com o endocárdio. Portanto não há dúvida alguma de que se trata de
tecido cardíaco”.
Quanto ao sangue, o cientista sublinhou que “o grupo sanguíneo é o mesmo do
homem do Santo Sudário de Turim, e é particular porque tem as características de um
homem que nasceu e viveu nas zonas do Oriente Médio”.
“O grupo sanguíneo AB dos habitantes do lugar de fato tem uma porcentagem que
vai de 0,5 a 1%, enquanto que na Palestina e nas regiões do Oriente Médio é de 14-15%”,
apontou.
A análise do professor Linoli revelou também que não havia na relíquia substâncias
conservantes e que o sangue não podia ter sido extraído de um cadáver, porque se haveria
alterado rapidamente.
O informe do professor Linoli foi publicado em Quaderni Sclavo di diagnostica clinica
e di laboratório (1971, fasc 3, Grafiche Meini, Siena).
Em 1973, o conselho superior da Organização Mundial da Saúde (OMS) nomeou uma
comissão científica para verificar as conclusões do médico italiano. Os trabalhos se
prolongaram 15 meses com um total de quinhentos exames. As conclusões de todas as
investigações confirmaram o que havia sido declarado e publicado na Itália.
O extrato dos trabalhos científicos da comissão médica da OMS foi publicado em
dezembro de 1976 em Nova York e em Genebra, confirmando a impossibilidade da ciência
de dar uma explicação a este fenômeno.
O professor Linoli participa esta quinta-feira no Congresso sobre os milagres
eucarísticos organizado pelo Master em Ciência e Fé do Ateneu Pontifício Regina
Apostolorum (Roma), em colaboração com o Instituto São Clemente I Papa e Mártir, com
ocasião do Ano Eucarístico que a Igreja universal celebra até outubro.
“Os milagres eucarísticos são fenômenos extraordinários de diferente tipo”,
explicou o diretor do Congresso, o padre Rafael Pascual LC, em Rádio Vaticano:
“por exemplo, há a transformação das espécies do pão e do vinho em carne e
sangue, a preservação milagrosa das Hóstias consagradas, ou algumas hóstias que
vertem sangue”.
“Na Itália, há vários lugares onde ocorreram estes milagres eucarísticos” –
declarou –, mas também os encontramos na França, Alemanha, Holanda, Espanha”
e alguns na América do Norte.